A notícia da demissão de João Garção, esse Felgueirense dos sete costados, nascido e criado em Felguerias Rubeas e que cá sempre habitou; esse socialista platónico que sonhava pôr todos os Felgueirenses a falar melhor Português que Edite Estrela; essa força da natureza por todos conhecido e reconhecido pelos seus inúmeros serviços a Felgueiras; Chocou-me!
E digo mais: Felgueiras nem sabe o que perde; nem sonha a que altos vôos nos levaria este socialista idealista e desinteressado nas coisas mundanas.
Em forma de elogio, aqui deixo um poema que, concerteza, encantará o Prof. Dr. Garção.
De Génio para Génio: Luís Vaz de Camões.
O Garção perdeu a pena
Mote
O Garção perdeu a pena:
não há mal que não lhe venha.
O Garção, que o pensamento
subiu em alto lugar,
perde a pena de voar,
ganha a pena do tormento.
Não tem no ar nem no vento
asas com que se sustenta:
não há mal que lhe não venha.
Quis voar a u'a alta torre,
mas achou-se desasado;
e, vendo-se depenado,
de puro penado morre.
Se a queixumes se socorre,
lança no fogo mais lenha:
não há mal que lhe não venha.
