28.12.09

O Silêncio dos fracos

De tanto ouvir falar em "medo de falar" em Felgueiras, deu-me para pensar sobre o assunto.
De facto sempre disse aquilo que pensava. Em Felgueiras e fora de Felgueiras. Mas, tudo o que disse, foi dito com  convicção e total responsabilidade.
Quem de facto acredita naquilo que pensa não tem problemas em falar. Sabe-se responsável pelo que diz sabendo-se incómodo para alguém.
O problema da "Liberdade de Falar" apenas se coloca aos fracos (de espírito). É que o que digo hoje pode ser incómodo (para mim) amanhã, ie, quem eu incomodo hoje pode ser importante par mim no futuro... por isso, é melhor estar caladinho!
Mas como alguns se gostam de pavonear, então aproveitam para falar da falta de liberdade, das pressões, dos recados... Tretas!
Quem tem coragem fala e segue. Pressões, recados e até processos chegam da parte mais fraca. E a essa não se cede. Nunca.
O silêncio, numa democracia como a nossa, é para os fracos.

25.12.09

FELIZ NATAL

E UM PRÓSPERO ANO NOVO!

18.12.09

2º Aniversário

Fazem amanhã 2 anos que um  douto despacho de arquivamento demonstrou que, em Felgueiras, ainda se podia respirar.
Fazem amanhã 2 anos que o dito despacho condenou o acusador a pagar 3 UC de custas ao Tribunal.
Para além disso, o advogado do acusador tinha sido pago pela CMF.
A questão que gostaria de ver, por quem de direito, esclarecida:

Alvíssaras a quem informe.

17.12.09

Não sei, mas....

... parece que alguém anda muito chateado. parece que estava prometido um tacho; parece que o tacho até estava disponível; parece que não chegava; e parece que alguém levou com o testo... agora parece que alguém anda de faca afiada pela net...

15.12.09

O Legislador

Li atentamente o texto do Dr. Lemos Martins em relação à problemática da Eleição do Vogais nas Juntas de Freguesia.
Acontece que, sendo o número de eleitos sempre impar, pode dar-se o caso de maiorias relativas nas Juntas de Freguesia, ie, o Candidato vencedor (e automaticamente Presidente de Junta Eleito) pode ter minoria na Assembleia de Junta. Tal acontece em várias Freguesias do Concelho de Felgueiras sendo que o problema de constituição do Executivo de Junta apenas se coloca nas Freguesias de Lagares e Lordelo.
Ora, não negando este desiderato temos que ter em conta que só pode ser Vogal da Junta de Freguesia quem a sua Assembleia votar maioritariamente. Ou seja, o Presidente Eleito propõe quem bem entende; a Assembleia vota, ou não, quem bem entende.
Não me parece, aqui, que o Legislador pretendesse impor à Assembleia de Junta os nomes propostos pelo Presidente Eleito. Caso assim fosse, o Legislador tê-lo-ia deixado claro e não haveria lugar a dúvidas. Pretende o Legislador, quanto a mim, que em termos de representatividade a constituição do Executivo de Junta obedeça e respeite a vontade popular.
É evidente que a Legislação é vaga e deixa espaço para estas confusões. Cabe aos Eleitos agir com bom senso e razoabilidade encontrando, entre eles, uma solução ao agrado de todos nem que para tal seja necessário encontrar os mínimos denominadores comuns entre todas as partes envolvidas. Caso tal não aconteça resta, apenas, a marcação de um novo Acto Eleitoral para que o Povo, sempre soberano, possa clarificar, através do seu Voto, a Eleição do Presidente e, por conseguinte, a possibilidade de votação de um executivo.
A questão, quer em Lagares quer em Lordelo, prende-se sobretudo com questões pessoais e tornou-se claro que, com estes intervenientes, a questão não será resolvida. E nisto de humores privados não creio que o Legislador se imiscua.

Ao meu Querido Corrector Ortográfico...

Obrigado pá! Aparece p'ra tomar um café!

Deve ser do frio....

Pelo que tenho lido e ouvido, de entre alguns iluminados Felgueirenses, o Executivo Municipal de Inácio Ribeiro já teria, por esta altura, a obrigação de ter:
1. despedido todos os funcionários da CMF afectos ao Antigo Regime;
2. acabado com todos os "vícios" permitidos por 35 anos de gestão PS/MSP;
3. concluído uma auditoria às Contas da CMF;

Sessenta dias após a tomada de posse a (hoje) oposição pede aquilo que nunca fez! Mas como se não bastasse pedir, ainda o exige para "ontem"!

Calma! Muita Calma! E quem pensa que o Executivo está a dormir.... vai ter surpresas.... a seu tempo, quando o tempo aquecer um bocadinho....

14.12.09

cedo, muito cedo....

Eduardo Bragança começou a "fazer oposição". A mim parece-me que desperdiçou o primeiro tiro. Não se pode esperar que um novo executivo pudesse "mostrar" mudanças em 60 dias.... Por norma há os chamados 100 dias de "estado de graça". E mesmo esses, não sei se chegam para mostrar "mudança"...

Agora, estaria Eduardo Bragança à espera que a NE entrasse na CMF de caçadeira?

Coerência

Ao longo de todos estes anos posso ter sido acusado de muitas coisas. Felizmente há uma de que julgo nunca ter sido acusado: falta de coerência!

A coerência é uma virtude em risco de extinção. A culpa é dos meios de comunicação e o incremento do uso da palavra escrita. Não fosse o registo da palavra escrita e facilmente se desmentiria o que se tinha dito há 10 minutos atrás... Com o registo do dito tudo se complica. E assim se têm espatifado uns quantos "pensadores" da coisa pública.

A coerência ve-se, também, nos actos públicos. Nos grandes e nos pequenos momentos. Na fortuna e na desgraça. Na vitória e na derrota.

Espanta-me a "lata" de alguns. Espantam-me os regressos, cheios de vontade, de quem antes tinha fugido. Espanta-me a vontade de aparecer de quem antes se escondia. Espanta-me!

Mas o que mais me espanta é a coerência de alguns que, como eu, assumem o que são, o que querem e o que pensam. Como espécie em vias de extinção estamos condenados. E não me parece que tenhamos salvação.

8.12.09

O meu caminho

Não tenho jeito para experiências de grupo. Sempre fui um solitário e é assim que me sinto bem. Falo, claro está, em termos de opinião e pensamento.
Assusta-me a sempre tentada política do pensamento único, onde até parece que pensamos por nós mas, sem que o notemos, estamos a "pensar" como querem que pensemos.
Esta é a famosa Escola Política-Filosófica Nacional Porreirista. Uma trave-mestra da cultura sociológica Tuga, vendida às massas como panaceia para todos os males, do corpo e da alma. É a Escola do "tá-se bem", tão interiorizada e disseminada entre a juventude de hoje. "Tá-se bem" como "lá vamos andando" dos mais velhos.
Para mim não serve. Tenho esta mania de pensar por mim próprio! De não dar nada por definitivo; de afrontar os dogmas e as certezas imutáveis. E quanto a isto, não mudo.
Em Felgueiras muito mudou nos últimos meses. E muitos tentam agora branquear o passado e aparecer como aquilo que nunca foram. Fazendo jus àquilo que sempre foram, à inexcedível capacidade camaleónica de adaptação ao meio envolvente, querem passar agora por aquilo que nunca foram: coerentes. E começaram, já, a vender a sua "banha-da-cobra".
Há que manter os sentidos em alerta; há que saber separar o trigo do joio; há que atalhar caminho a essa gente, para que não nos imponham, uma vez mais, o seu Caminho.


Quanto a mim,
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!



O meu caminho

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces

Estendendo-me os braços, e seguros

De que seria bom que eu os ouvisse

Quando me dizem: "vem por aqui!"

Eu olho-os com olhos lassos,

(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)

E cruzo os braços,

E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:

Criar desumanidades!

Não acompanhar ninguém.

— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade

Com que rasguei o ventre à minha mãe

Não, não vou por aí! Só vou por onde

Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde

Por que me repetis: "vem por aqui!"?



Prefiro escorregar nos becos lamacentos,

Redemoinhar aos ventos,

Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,

A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi

Só para desflorar florestas virgens,

E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!

O mais que faço não vale nada.



Como, pois, sereis vós

Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem

Para eu derrubar os meus obstáculos?...

Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,

E vós amais o que é fácil!

Eu amo o Longe e a Miragem,

Amo os abismos, as torrentes, os desertos...



Ide! Tendes estradas,

Tendes jardins, tendes canteiros,

Tendes pátria, tendes tectos,

E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...

Eu tenho a minha Loucura !

Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,

E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!

Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;

Mas eu, que nunca principio nem acabo,

Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.



Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,

Ninguém me peça definições!

Ninguém me diga: "vem por aqui"!

A minha vida é um vendaval que se soltou,

É uma onda que se alevantou,

É um átomo a mais que se animou...

Não sei por onde vou,

Não sei para onde vou

Sei que não vou por aí!


Cântico Negro, José Régio

7.12.09

Regresso a casa

Não há nada como regressar a casa. À nossa casa.
Pode ser pequenina e pobrezinha, mas é a nossa casa.

Após anos de visitas esporádicas, voltei. A casa já não é a mesma. E vai demorar algum tempo a fazer dela a casa que já foi.

Vamos começar pelas obras mais prementes: lavar-lhe a cara, das fundações ao telhado. E vamos voltar a fazer dela a casa que sempre foi: a melhor casa do mundo.

Vou andar por cá sozinho, porque isto de dividir casa não dá com nada. E assim esta casa será aquilo que eu queira que ela seja. Aos outros poderá parecer feia, irritante, ultrapassada. A mim parecer-me-á a mais bela casa do mundo. A minha casa.

Ano novo, vida nova. E agora que o futuro recomeçou, vida nova e alma nova.

Que saudades da minha casa.